Descubra a origem das notas musicais, e como funcionam em diferentes lugares do mundo.
As notas musicais, como conhecemos hoje, têm uma longa história de desenvolvimento e evolução ao longo dos séculos. A origem das notas musicais remonta à antiguidade, com base na observação dos fenômenos sonoros e nas relações matemáticas.
Uma das primeiras civilizações a desenvolver um sistema de notação musical foi a antiga civilização mesopotâmica, por volta do terceiro milênio a.C. Eles utilizavam um sistema de escrita cuneiforme para representar os tons musicais. No entanto, esse sistema não estava diretamente relacionado às notas musicais que conhecemos atualmente.
O sistema de notas musicais que conhecemos hoje tem suas raízes na Grécia Antiga. Pitágoras, um filósofo e matemático grego, fez importantes descobertas relacionadas às proporções musicais. Ele observou que uma corda tensionada produzia diferentes sons quando dividida em partes proporcionais, o que levou à descoberta dos intervalos musicais consonantes, como a oitava e a quinta.
Quais são as notas musicais?
As notas musicais são as seguintes:
- Dó (C)
- Ré (D)
- Mi (E)
- Fá (F)
- Sol (G)
- Lá (A)
- Si (B)
Essas sete notas formam a escala diatônica, que é a base da música ocidental. Além disso, existem os sustenidos (#) e os bemóis (b), que são acidentes musicais utilizados para elevar ou abaixar uma nota em meio tom. Por exemplo, Dó sustenido (C#) representa uma nota que está meio tom acima do Dó natural (C).
Escala Diatônica
A escala diatônica, que serviu de base para o desenvolvimento do sistema de notas ocidental, foi desenvolvida pelos antigos gregos. Essa escala era baseada em uma série de sete notas, chamadas de “modos”. Os gregos atribuíam letras do alfabeto às notas musicais, como a, b, c, d, e, f e g, que ainda são utilizadas em alguns países.
Se quiser saber mais tem um artigo completo falando só sobre escala diatônica. Vamos continuar abordando a magnifica historia das notas musicais.
Transição da idade média para a idade moderna
Ao longo da Idade Média e do Renascimento, houve uma evolução significativa na teoria musical e na notação. Os monges beneditinos desenvolveram o sistema de notação neumática, que utilizava símbolos para indicar a altura relativa das notas. Esse sistema foi posteriormente refinado com o uso de linhas e espaços para representar as notas musicais específicas, originando a notação musical moderna.
No século XVII, o músico italiano Guido d’Arezzo introduziu o sistema de notação baseado em linhas e espaços, conhecido como pauta. Esse sistema permitia uma representação mais precisa das alturas das notas musicais.
Posteriormente, a notação musical ocidental se desenvolveu ainda mais, com a adição de acidentes (sustenidos, bemóis, entre outros) para representar alterações na altura das notas. Esse sistema de notação se tornou amplamente adotado e é utilizado até os dias de hoje.
Como são as notas musicais no oriente
O sistema de notas musicais no Oriente difere do sistema ocidental em vários aspectos. As tradições musicais orientais têm abordagens únicas para a organização e interpretação das notas musicais, refletindo as culturas e filosofias musicais específicas de cada região. Vou destacar alguns exemplos notáveis:
- Música Indiana (Hindustani e Carnática):
- Ragas: Na música indiana, o conceito central é o raga, que é uma estrutura melódica com regras específicas. Cada raga é baseado em um conjunto particular de notas chamadas de svaras, que são semelhantes às notas ocidentais, mas podem variar em relação às alturas específicas e aos microtons. Os ragas fornecem um esquema melódico e emocional para a improvisação e composição.
- Microtons: A música indiana utiliza microtons, que são intervalos menores que os semitons ocidentais. Esses microtons permitem uma variedade maior de nuances e ornamentações melódicas.
- Música Árabe:
- Maqam: O maqam é o equivalente árabe ao raga indiano. É uma estrutura melódica que consiste em um conjunto específico de notas e padrões melódicos característicos. Os maqamat (plural de maqam) variam em número e são escalas melódicas complexas que permitem improvisação e ornamentação melódica.
- Quartos de tom: A música árabe também inclui intervalos menores que o semitom ocidental, conhecidos como quartos de tom. Esses quartos de tom são utilizados para criar nuances e matizes melódicos distintos.
- Música Chinesa:
- Escalas pentatônicas: A música chinesa tradicional é baseada em escalas pentatônicas, que consistem em cinco notas por oitava. Essas escalas são consideradas mais simples que as escalas ocidentais e são amplamente utilizadas na música chinesa tradicional.
- Modos e ornamentações: A música chinesa também enfatiza o uso de modos melódicos específicos, com diferentes padrões e ornamentações que conferem uma identidade única a cada peça musical.
- Música Japonesa:
- Escalas Modais: A música japonesa tradicional, como o gagaku e o shakuhachi, utiliza escalas modais chamadas de “yamato kotoba”. Essas escalas não seguem a divisão ocidental em tons e semitons e têm intervalos melódicos distintos.
- Instrumentos Tradicionais: O Japão possui uma variedade de instrumentos musicais tradicionais, como o koto e o shamisen, que têm uma afinação específica e técnicas de execução que contribuem para as características melódicas únicas da música japonesa.
É importante ressaltar que esses são apenas alguns exemplos da diversidade musical oriental, e cada região tem suas próprias tradições musicais distintas. O sistema de notas musicais no Oriente é moldado pela cultura, filosofia e história musicais únicas de cada região, proporcionando uma riqueza de sonoridades e abordagens melódicas diferentes em comparação com o sistema ocidental.
Conclusão
Em resumo, as notas musicais têm sua origem na observação dos fenômenos sonoros e nas relações matemáticas. Ao longo dos séculos, diferentes civilizações e estudiosos contribuíram para o desenvolvimento dos sistemas de notação e teoria musical, resultando no sistema de notas musicais que conhecemos e utilizamos atualmente na música ocidental.